Xixi da Filó parte 2 - um comentário

Após a publicação do texto "Xixi da Filó", recebi este comentário de uma querida leitora do blog. Como a sua colocação faz todo sentido, resolvi reproduzir aqui:

Eu entendo que animais são muito mais educados que os seres humanos. Estou eu no sábado por volta das 19:00 horas na estação do metrô Estácio quando me surge um homem andando em minha direção, passando direto até o final da plataforma olha e volta.

Logo depois, vem uma senhora olhando para mim com uma cara de assustada dizendo... - "Vamos sair daqui porque aquele homem pediu para nos afastarmos que ele vai fazer xixi na pilastra da estação". 

Não acreditei no que estava ouvindo, mas também não me atrevi a ir olhar. Mas, não é que o liquido começou a escorrer de trás da pilastra? A senhora me olhava com indignação sem acreditar no que estava acontecendo. 

Chegou o trem e rapidamente embarcamos. 
Mais uma vez vejo que os animais dão de 10 a 0 nos humanos e a cada dia mais me apaixono por eles. 

Viva Filó!!!

O xixi da Filó

Hoje é dia de viajar e está marcado para sairmos às 7:30. Acordamos cedo e preparamos a mochila. Filó percebe os sinais da rotina e vai ficando animadinha. Quando sua cadeira é colocada na sala, tem a certeza: vai viajar. Daí pra frente não anda mais, pula! Não pára mais: agita, late...

Mas, ocorreu um atraso. Só viajaremos às 10 horas da manhã. Percebo que ela não fez seu xixi matinal e fico preocupada pelo tempo de viagem: duas horas e meia, se o trânsito estiver livre. Será que ela irá aguentar tanto tempo?

Coloco sua coleira e descemos para a rua. Dia claro, céu azul, sol ameno. Caminhamos pela Dias da Rocha em direção à 5 de Julho quando alguém educadamente escarra de uma janela em cima da peluda! Eca! Nojento!

Voltamos para casa e improviso um banho. Tudo pronto, lembro que ela afinal não fez seu xixi.  Aqui vale uma paradinha para explicações. Filó foi acostumada pela Dê,  desde pequenininha, a fazer suas necessidades em casa, no jornal.

Levo D. Filomena para a área de serviço do apartamento e aguardo pacientemente que ela entenda minhas intenções.E ela? Nadica de nada. Anda pelos jornais esticados no chão e me olha com cara de quem não vai mesmo colaborar. 
D. Maria dá palpite: - "Liga a torneira. Pode ser que o barulho da água faça com que ela se anime!"

É, pode funcionar.

Torneira aberta, água rolando e Filó, nada. 

Nesta altura dos acontecimentos,percebo que ela se sentou placidamente nos jornais e aguarda como se nem fosse ela a interessada no desfecho do caso.

Desisto! Viajamos as duas horas e meia previstas, chegando em Friburgo. Caminho com ela por cerca de 10 minutos, corre na grama e nada! Nadica de nada! Resolvo subir para o apartamento. 

Porta aberta, Filó entra em disparada, corre imediatamente para o jornal e faz seu primeiro xixi do dia, tranquilamente, como se nada tivesse acontecido. Não é que ela realmente esperou para fazer seu xixi no jornal?

Vai entender os cachorros...

Chegadas e partidas

Não! Não é o programa da GNT!

À bem da verdade, foi apenas UMA chegada e UMA partida... Mas foi muito especial: a Dê, a mãezinha humana da Filó, que está morando no Canadá, veio passar 10 dias no Rio.

O primeiro encontro foi especial. Filó não esperava (é claro). 

Chegamos em casa, barulho de chave na fechadura e pronto, sinal mais que suficiente para Filó correr para ver quem chega, como sempre faz. Mas, ao dar de cara com a Dê, levou um baita susto! Não latiu, não uivou, simplesmente estatelou! Por uns bons segundos, não reagiu. Mas, depois: muuuitos beijos, lambidas, ganidos!!!

E assim foram todos os dias, agarrada com ela, beijos e abraços recíprocos.  O típico grito "Filóóóó!  Dormir agarradinha, seguir passo a passo, ver tv coladinha com ela no sofá, passeios por Copacabana, todos os detalhes nesses 10 dias foram muito felizes.

Mas... chegou a hora da partida e a Dê retornou para Vancouver. 

Malas na sala, roupas, pacotes no chão, e pronto: sinais mais do que claros para Filó de que o tempo findou e que a saudade irá voltar!

Mas, valeu a pena, heim Filó!

Claro... tudo vale a pena se a alma não é pequena!

(Fernando Pessoa que me perdoe, mas a citação é homenagem à Dê )