domingo, 1 de junho de 2008

Filó está menstruada

É sempre uma surpresa!

Como os ciclos demoram muito, a gente esquece. Mas, de repente, não mais do que de repente, ela fica “molinha”, meio “caidinha” (tá bom, passa logo) e surge o primeiro pingo no chão. E outro, e mais outro...

E começa também a história de sempre. Denise coloca a calcinha nela, ela fica amuada, quieta, nem consegue se mover. Aí, some, se esconde e minutos após, aparece, feliz,saltitante, tremulando o rabinho em velocidade quase supersônica para anunciar que tirou tudo!

Mas nem precisa avisar: as gotinhas de sangue no chão denunciam...

Morremos de inveja das cadelinhas que desfilam na Praia de Copacabana: são vestidinhos, lacinhos, sapatinhos, em modelos perfeitas, orgulhosas de sua elegância.

E Filó?
Ah!... Filó... basta colocar uma roupa ou um laço que seja para que ela fique agoniada. Primeiro se sacode e depois fica imobilizada. Não anda, não se mexe, concorrendo com as estátuas vivas que volta e meia aparecem em Copacabana.

Desde pequenina sempre foi assim: a gente trazia uma roupinha toda catita e acabávamos tirando pois sua imobilidade era tão grande que dáva pena! Com o passar do tempo, foi crescendo e aprendendo que podia tirar a roupa sozinha, sem grande esforço.

Daí pra frente, ficou impossível vestir Filó. No carnaval, no desfile do BloCão, era a única sem fantasia... Nem ao menos para comemorar as vitórias do Flamengo, time da Dê, ela aceita a camiseta rubronegra.

Já sabemos que será assim e nos preparamos todos para o périplo, num rodízio digno de uma corrida de revezamento: sempre que cada um de nós a vê sem calcinha, torna a colocá-la. Mesmo assim,a casa se modifica, com móveis cobertos e pano molhado sempre à mão.

Obrigada, Filó: com você ninguém morre de tédio!