sexta-feira, 29 de junho de 2012

Enxergando pela primeira vez


Que alegria: uma cachorra do asfalto, cimento e apartamento chegar num local claro, iluminado, cheinho de verde para todos os lados. Em cada passeio, uma descoberta! 


Hoje saimos para passear com um dia lindo, temperatura amena, sol de primeiro dia de inverno, gostoso de doer. E saímos, nós duas, para curtir a manhã. Filó trotando, ora na frente, ora atrás - empacada, cheirando animadamente alguma coisa, uma pedrinha, uma formiga ou simplesmente cheirando o nada. 


Enquanto andávamos, eu a observava e pensava em um texto que li de Otto Lara Rezende que dizia que temos que exercitar os nosso olhos para enxergar tudo que está ao nosso redor como se fosse a primeira vez. 


Dizia que tudo que nos cerca vai se tornando familiar, cotidiano e com o passar do tempo, não "enxergamos" mais e passamos, insensíveis à beleza que um dia nos chamou a atenção. Ou seja, vemos, sem verdadeiramente ver! E, que um grande exercício de vida e felicidade seria o contrário: enxergar cada detalhe como se fosse a primeira vez!  E reviver sentimentos que já esquecemos. 


Aí olhei para a Filó e entendi: é isso! Todos os dias, ela redescobre os locais por mais banais que sejam. E, porque não mudar nosso olhar para as pessoas que nos cercam e reacender sentimentos que tivemos e temos por elas mas que a pressa e a rotina não nos deixa reviver?


Se você tem um cão, experimente sair com ele e se deixar levar, olhar como ele olha, em franca ligação com a natureza! Olhe para os lados e procure enxergar pequenos detalhes que nos cercam e que nos deixam feliz. Há sempre o que ver!


É verdade que não há vida sem um tantinho de tristeza, de doença, de morte e outros sentimentos pesados. Mas também há muito de alegria que podemos extrair de pequenas coisas, atitudes, pessoas e sentimentos que nos cercam.


Se quizer, pode ler aqui o texto do poeta Otto Lara Rezende

Nenhum comentário: